Carla Veríssimo cria site para se dar a conhecer e ao seu trabalho.

Carla Veríssimo cria site para se dar a conhecer e ao seu trabalho| http://cavverissimo.wix.com/carlaverissimo

03/12/07

A DÉCIMA


AFINAL CONTINUA…

MAS TAMBÉM,… JÁ TINHA

COMEÇADO ANTES…

O QUE NÃO QUER DIZER

QUE ACABE AQUI…

RM, 28/8/2003

(com uma caneta um bocado abichanada, foi assim que assinaste)

e passados 4 anos, é esta a minha REVELAÇÃO:

AFINAL:

Podes vir a qualquer hora, cá estarei para te ouvir

O que tenho pra fazer, posso fazer a seguir

Podes vir quando quiseres, já fui onde tinha que ir (…)

Todo o texto do mundo, para ti, tenho todo o texto do mundo, para ti…. Também, para ti.

E nisto vens-me à cabeça com toda a força. Tenho saudades de falar, (…) tenho 2 pés gelados na cama, 2 pés gelados enquanto estou sentada à secretária, 2 pés gelados a cada passo que dou, e dou por mim indecisa: mando-te esta mensagem para o telemóvel ou não? Para quê?, se não vais responder? Se já pouco ou nada sei de ti?

e os meus pés não aquecem….

E não me sai da cabeça ‘’chamada não atendida’’, ‘’Matsu;)’’. (ainda é assim que estás registado na minha lista telefónica. Ainda e sempre esse ‘’pinheiro verde’’…)

E eu, surpreendida. E eu ‘’O Ricardo, ligou-me?’’, ‘’Terá sido um toque?’’ e eu sem dinheiro para lhe ligar, que raiva!

E um turbilhão de coisas, pensamentos, imagens, memórias, cheiros, sons, formas, telas, tintas, recantos, livros, fotos, canções, doces, palavras, areias, estantes, …

Tanto que me irrita, que nem um Mundo muito, muito grande com um texto lá plantado chegavam para tudo. E eu, sempre a sentir-me um grãozinho.

Impotente, pequenino, triste.

Porque sente que nunca vai ser apanhado do chão. E no entanto vai ficar sempre ali. Não vá algum dia haver uma distracção da folha lá do alto, e zás, acontece! Tropeça nele e tem mesmo de lhe tocar. Ainda que não o leve consigo, toca-lhe por breves segundos. Já se aproximou… e o grão respira … e sente-se vivo… e pode permanecer na sua cegueira por mais uns infinitos… (CV, 6/11/07)

E foi assim que voltaste.

VOLTASTE.

À minha tela.

Mesmo sem eu te pingar de tinta.

Mesmo sem eu abrir a caixa dos pincéis.

Eu que além de já ter fechado a gaveta à chave, tinha ainda perdido a chave.

Perdido.

Num desses dias em que um sapato mais distraído e zás. Lá se vai a chave para debaixo do móvel.

eu a pensar: Deixa estar. Não te dobres. É da maneira que não tens a tentação de abrir a gaveta.

E deixei estar. Não me baixei.

E tive este tempo todo a tentação de abrir a gaveta, mas sem chave….

era fácil resistir.

E agora vens tu, desarrumar-me a casa.

Mudas os móveis de sítio, pegas na chave e numa de ‘’encontrei esta chave debaixo do móvel!’’, todo um sorriso só; confiante. Todo ‘’já te deve ter feito falta, e eu é que a encontrei!’’, nesse ar vanglorioso, a espetar com ela na palma da minha mão.

Engulo em seco.

Tu não percebes. Ou finges.

E agora; e agora só tenho de ter o trabalho de rodar.

E qual tentação qual quê. Já estou de gaveta aberta, e zás, tu novamente do lado de fora.

A pingar-me memórias, a borrar a minha pintura, a sujar os meus pincéis,… a… pendurado outra vez na minha parede…

Eu a pensar: Porque é que cada vez que tenho de arrumar a minha vida, estás sempre lá no meio, feito um clipe à espera de ser posto no sítio?

Como tenho sítios para tudo, agora também tenho forçosamente de ter um sítio para ti, não? Na minha gaveta, fora dela, em cima da mesinha, nas paredes,…?

Ainda assim, há clipes que jogo no lixo.

Outros há em que hesito: Até pode fazer falta. Deixa estar. Mete dentro do boião.

Hum, não. Pra quê mais um clipe? Já tenho tantos. Joga fora. (CV, por estes dias…)

16/11/07, entre as 16.45 e as 19H, depois de teres entrado na loja e eu me sentar no espaço de leitura da FNAC. (porque raio complico sempre as coisas? Era um espaço de leitura. Não de escrita.):

podia ter vindo a correr chorar. Podia chorar desalmadamente. Até que o montante de resíduos que me sobram fosse todo expelido. Até que lavas, cinzas e pedras-pomes, todas cá para fora.

Dei-te a cinza do prazer (…)

O meu bem mais precioso

Que eu tinha para te dar (…)

Um dialecto crioulo

Um viço novo no mato.

Podia prosseguir com palavras caras para sentimentos tão pobres.

Às vezes … ou já... tão podres.

Podres pelo tempo…

Sempre são 4 anos.

Nada dura tanto tempo sem apodrecer.

NADA…. Hé? ÀS VEZES!

A Natureza tem destas coisas: ‘’devido ao seu estado fisiológico, à biologia da espécie, aos componentes moleculares, ao local onde foi enterrado, à granulometria do solo, foi possível a preservação deste exemplar, de tão importante valor cultural, paisagístico, social, humano,…’’

E vai daí que os sentimentos não apodreceram. Nem sombras. Nem rés. NADA. nadinha.

O raio dos sentimentos estão exactamente na mesma, nem um cheirito a mofo, nem uma ponta de bolor, mesmo num cantinho que mal se visse.

NADA.

NEM UM BOCADINHO ESTRAGADOS, amolecidos, desintegrados, desarranjados.

NADA.

Ali. Todos por inteiro, e a puta da natureza no seu melhor.

A puta da natureza a não me deixar chorar, para que eles fossem com os freáticos, os lençóis, os lixiviados, e o raio!

NADA.

Eu com tudo cá dentro.

A NÃO APODRECER.

Nesta merda de eternidade eterna, que nunca acaba.

A tua vida que nestes 4 anos não mudou assim tanto. E a minha que não mudou NADA.

NÃO. NÃO vou escrever este parágrafo. Vou riscar.

Afinal o que é não mudar?

A tua vida não mudou só porque tens a mesma casa, os mesmos cães, os mesmos amigos, a mesma família, a mesma namorada?

A minha só porque não tenho casa, não tenho cães, e apesar de ter os mesmos amigos (e mais alguns), e a mesma família (e mais alguma), não tenho namorada? Nem namorado?

É a isto? É a isto que se resume não mudar?

Porra!

Nem pouco mais ou menos.

Não sei de ti, do que fizeste por ti, pelas tuas realizações pessoais (e nem houve tempo para conversarmos de tudo e tanto como gostaria), mas eu mudei e muito.

Viajei, conheci novas culturas, novas gentes, outras formas de agir e pensar, aprendi novas línguas, … e cantigas de outras terras, que percorri de lés a lés,

Tenho uma lamparina, que trouxe das Arábias,

Pra te amar à luz do azeite, num kamasutra, de noites sábias. (…)

Vem, vem à minha casa,

Rebolar na cama e no jardim…

Não fiquei portanto pobre, e nem apodreci.

De contrário.

Mas também não mudei???

É isto que quero continuar a escrever?

É a isto que continuo a dar importância?

À puta da felicidade?

A esta dependência obsessiva em encontrar alguém?

A essa ideia da ‘’nossa’’ casa, os ‘’nossos’’ cães, os ‘’nossos’’ amigos, a ‘’nossa’’ família?

Porra!

Não posso sentir-me pobre, quando alguém me ‘’provoca’’ e zás, tive que vir a correr sentar-me num canto qualquer e expelir estas lavas, estas cinzas, estas pedras-pomes todas cá para fora.

Não posso sentir-me pobre, quando me elogias porque ‘’aprendeste a falar inglês. Já escreves e tudo!’’

Não posso sentir-me pobre, quando ‘’vou falar com o Tiago a ver se dá para meteres textos no blogue das artes’’.

NÃO. Não vou escrever este parágrafo.

Estava a ir tão bem e agora parece que me estou a vender.

A VENDER.

Mais uma vez.

Sempre.

A vender-me.

Eu.

Eu que sou toda ‘’ai não tenho jeito nenhum para vender’’, estar ali a impingir coisas às pessoas.

NÃO! Isso não faço!

Vou antes escrever que estou indecisa entre continuar a escrever ou ir buscar um livro do Lobo Antunes (de quem tenho tantas saudades), já que estou num Espaço de Leitura e não de Escrita.

Se fosse tão fácil vir a Lisboa num dia e mandar-lhe uma mensagem para vir tomar um café comigo…

Talvez não houvesse este texto, e com certeza: eu estaria mudada.

Mais rica.

E com a podridão ainda mais longe de se dar.

E como não consigo largar o lápis vou levantando o olhar, que se prende imediatamente num rapaz mulato, bem parecido, ali num canto a dormir. Deve estar cansado. Deve estar à espera da namorada… penso.

Sim, hoje em dia quem não tem namorada, namorado?

E volto ao mesmo assunto.

PORRA!

Vou buscar o Lobo Antunes.

Já chega!

Estou proibida de continuar aqui.

Estás proibida de escrever aqui!

Levanta-te!

Passa em frente ao rapaz. Vê se ele abre os olhos quando passares e cruza o olhar com o dele.

Deixa-o curioso.

Insinua-te. Como só tu o sabes fazer tão bem.

Ou vai agora rápido, sentar-te ao lado dele, que já saíram todos. Ou escreve um bilhetinho com

www.evirgula.blogspot.com (desculpe o ab(uso). Não pense. Não reaja. Leia apenas. Se quiser.)

e deixa-o em cima das coisas dele.

Sim. Porque não informar um dos muitos desconhecidos sobre quem já escreveste?

Que ao fim ao cabo usaste? E que se não lhes disseres, não chegam a saber de nada?

Fui buscar o ‘’D’este viver aqui neste papel descripto’’ e sentei-me em frente ao rapaz.

Pensei sentar-me ao lado dele para o bilhetinho, zás em cima das coisas dele, ‘’ai sem querer. Ai. Voou!’’

O plano já efectuado, mas já não havia lugares ao lado dele e acabámos neste frente-a-frente, ele nas suas leituras, no Espaço de Leitura. Eu, ora nas minhas leituras de um Lobo Antunes sempre a agradar-me com os seus ‘’… lembro-me (…) do sinal do peito do teu pé, do teu dente de ouro, do canal da tua nuca, e gosto absurdamente de todos: minha senhora, eu amo-a’’, ora nas minhas escritas, ora e no meio delas os nossos 4 olhos que se cruzam, finalmente. Que param, que apreciam, e se viram, cada par para seu lado.

E penso no amor… esse sentimento… outra vez… as escritas de Lobo Antunes. A imponência do grito altivo: ‘’minha senhora: eu amo-a’’. E esqueço-me logo do rapaz mulato. E vem-me ao lápis o motivo deste texto:

Os teus lábios, os teus dentes, a tua língua, a tua boca toda; os teus gestos, os teus olhos, o teu cabelo, o teu corpo; tu todo.

IGUAL.

Não mudou NADA.

Não é só a casa que é a mesma. Os cães que são os mesmos. O lalala e o resto que é o mesmo. És tu todo que és o mesmo. Igual. Nem uma ruga, nem uma imperfeição. NADA.

It’s meeting the man of my life and then his beautiful wife

Isn’t it ironic?

Sempre são 4 anos.

Mas Tu, sem apodreceres também. Nem sombras. Nem rés.

Nem um pêlo a mais, num cantinho de corpo que mal se visse.

Tu, NEM UM BOCADINHO ESTRAGADO, amolecido, desintegrado, desarranjado.

NADA.

Ali. Todo por inteiro, e a puta da natureza no seu melhor.

A puta da natureza a não me deixar chorar, para que TU FOSSES com os freáticos, os lençóis, os lixiviados, e o raio!

NADA.

Eu com tudo DE TI cá dentro.

A NÃO APODRECERES.

Nesta merda de eternidade eterna, que nunca acaba.

VOU. Vou escrever este parágrafo. SEMPRE. Até mudar.

ISTO TUDO e eu inteira. A não chorar. A não expelir.

Eu que fazia tudo IGUAL. Contigo. Outra e outra e outra e outra vez outra vez, vês, vês?, sim, ainda.

Para RM, na Décima: Achas que, NÃO FOI: a ‘’nossa’’ casa, os ‘’nossos’’ cães, os ‘’nossos’’ amigos, a ‘’nossa’’ família, PORQUE sou pobre?

Pobre.

Pobre a todos os níveis...
e triste.

- Indeferido –

Eu, porque isto tudo ainda não apodreceu cá dentro.

Eu, num grito silenciado e a fazer de ti um conhecido especial sobre quem já escrevi. Sobre quem já escrevi, tanto…

Que já informei tanto.

Que ao fim ao cabo usei. Mas que disse sempre, para que soubesse: TUDO.

Bato a porta devagar

Olho só mais uma vez (…)

Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima, a expressão incontrolável (…)

É a sorte, é a sina, uma mão cheia de nada (…)

Mas nunca, me esqueci de ti

Não, nunca, me esqueci de ti.

E neste Sempre a escrever às tuas custas, à custa destes resíduos sentimentais que não param de entrar em erupção.

E é com este Sempre que quero conquistar esse blogue das artes.

Com este Quero, dito, escrito, com a mesma imponência do grito altivo: ‘’minha senhora: eu amo-a’’.

E é contigo (e não comigo) que os quero convencer.

Eu não sou nada.

Eu não fiz nada.

Eu só fui apanhada pela lava de um vulcão, que quando expeliu o que tinha lá dentro, me deixou queimada. Para sempre. Nesta puta de eternidade eterna.

que nunca acaba, nunca acaba.

Nunca acaba.

Porque

AFINAL CONTINUA…

MAS TAMBÉM,… JÁ TINHA

COMEÇADO ANTES…

O QUE NÃO QUER DIZER

QUE ACABE AQUI…

28/11/07

Esta é uma forma diferente de me expor.


SINTO-ME

exposta

desprotegida

com pequenas coisas a mexer, remexer, trazidas à tona da água.

E eu, no meu barco, com tantas e tantas gotas de suor que sempre quis esconder, engolir, fazer desaparecer, AFUNDAR, … e agora aqui EXPOSTAS, TRITURADAS.

E não posso. E não devo. As mãos. O olhar. A expressão incontrolável… não podia ser de outra maneira…

E não posso. E não devo. A voz. O volume, a entoação. O corpo. O olhar.

Dou valor a cada uma das pessoas, ao trabalho delas, ao mérito. Às palavras de um Sérgio…

Sinto exactamente o que ele diz.

SINTO.

Sinto a luta interior de uma Joana.

SINTO.

as palavras de uma Ana, de uma Sandra, de uma Susete, com tudo o que ocultam, o que não expõem.

Temos de nos obrigar a nós próprios ‘’coisas assim’’: Larga a caneta (a caneta que agarramos desde que nos conhecemos); Não encolhas os ombros (o encolher naquele jeito que é tão nosso); Não sejas tão expressiva (não ser tão expressiva? São 28 anos de expressividade!); Não sejas monocórdico (e a nossa voz sempre naquele tom…); Não metas as mãos nos bolsos! (onde elas estavam tão mais à vontade, tão confortáveis, tão... escondidas… tão … SEM MEDO…)

E sinto

a garra de uma Raquel, a timidez vaidosa de um Filipe, a integridade de um Renato, a humildade de um Armando, o mistério numa Carina, o altruísmo de uma Célia, e as suas ideias fixas..

Mas continuo a perguntar

Como lutar? Como mudar? Como melhorar?

E sinto o riso de uma Anabela,… contagiante…

o ondular na espuma de uma Neuza, tão menina…

o riso na expressão de um Bruno, tão… como dizer? … tão ele. Não sei.

Não sei, mas sinto e partilho convosco o vosso expor.

09/10/07

O texto maior do Mundo para o amor mais curto da Terra.

apago o cigarro, mas tu chegas, naquele momento exacto em que eu estava pronta a despejar o cinzeiro, e pegas no cigarro e acende-lo.
e vejo a chama no isqueiro, a ponta vermelha do cigarro. tu a inalares-me novamente... tu a deitar fora o restante fumo.
eu entre os teus dedos, eu entre os teus lábios. eu confusamente um cigarro quase despejado.
eu já sem fogo.... eu de volta ao cinzeiro.
eu que recuo e avanço. eu que me permito arder por algum tempo. eu que me permito arder por algum tempo. eu que me permito arder por algum tempo. eu que me esforço por tapar a entrada de oxigénio e apagar toda a brasa que me acendeste.
eu que já estava quase boa, quando tu chegas novamente e me pegas outra vez.
e agora veio-me à ideia de me poderes ''raptar'' do meu maço de colegas, e me levares contigo por umas horas, onde possamos estar a sós, onde possamos desfrutar, tu da minha 'pimenta', eu do teu 'sal'.
eu a desejar que deixes de promessas, promessas, e tomes uma atitude.
eu a saber que não podes (talvez não possas), mas que desejas (talvez desejes)....
e hoje o meu desejo está aceso, mas amanhã vou ter que....
apago o cigarro...

e se o nó da pulseira preta que trago no braço não fosse tão apertado como o nó que tenho na garganta, tinha que ir já atirá-la ao mar, para o desejo se realizar.

eu que até da tua ex-namorada tenho ciúmes. E já foi há uns anos que tu… lhe percorrias o corpo com as mãos, que tu… excitadíssimo… que tu… suado de prazer… que o teu corpo nu junto ao dela. Que ela… te conquistou. Porque eras livre.

Eu que te quero conquistar. Livre.

Eu que quero o teu corpo nu no meu. Eu as tuas mãos excitadas, eu prazer suado entre os teus gemidos quentes.

eu livre. livre disto tudo e a tua amizade. só.
eu livre da carga sexual destas minhas palavras. eu a tentar explicar que nelas há também, há ainda, há acima de tudo, tudo aquilo que está em redor do ''simples'' acto de juntar 2 corpos. e o que está em redor é a cumplicidade, o carinho, o respeito, o diálogo, a amizade, os sorrisos, a partilha, as aventuras, a descoberta, as gargalhadas, a ajuda, o friozinho na barriga, o riso, a entrega, a dedicação, a luta,...
tudo aquilo que faz com que acima de 2 corpos juntos, haja 2 pessoas juntas.
e juntas não tem que ter etiquetas, (...)
Quer dizer, até ao dia em que os corpos já não resistem mais.
às vezes nem acredito que estou a escrever tudo isto para uma pessoa que já tem uma ''etiqueta'',....
e obrigo-me a testar os meus impulsos, os meus desejos, para tentar perceber até que ponto são estatisticamente válidos e significativos.
até que ponto posso fazer isto.
....

mas tu estás tão longe de tudo ISTO, tão a leste dos meus sentimentos,...

(...) não faz sentido nenhum eu querer beijar-te, pois não?
não faz sentido querer fazer amor contigo, pois não?
ser tua namorada, pois não?
Não faz sentido querer tudo isto e ao mesmo tempo NÃO QUERER, pois não?
QUERER CUSPIR.
DEITAR-TE FORA.
como se faz a uma boa chiclete.

não faz sentido querer-te uma noite, várias noites. Uma cama. Várias camas. Só dois corpos. Os nossos. POIS NÃO?

... E por isso faz sentido (não faz?) manter-te informado de tudo isto. Se calhar por cobardia, se calhar por ser tudo tão pesado, e eu tão pequenina e fraca... se calhar porque não aguento tudo cá dentro sozinha....

Conheci-te. Temos este amor proibido.

Não. Não temos, porque não é amor.

Temos muita cumplicidade. Trocamos sorrisos, abraços. Olhares. Falamos dos outros. Falamos de nós.

Tocamo-nos subtilmente. Sinto-lhe os dedos frios.

Saímos juntos. Rimos juntos. Acabo por dormir em casa dele.

Saímos juntos. Dormimos juntos. Cedemos…

Quero beijar-te.

Quero fazer amor contigo.

Quero ser a tua namorada.

E ao mesmo tempo gostava de NÃO QUERER tudo isto.

Mas se tu quisesses… Se tu quisesses…

Se tivesses os mesmos desejos, os mesmos impulsos…

E porque comecei a sentir-me assim, tão de repente… outra vez… mas sempre tão de repente… talvez o possa evitar, agora que ainda está no início… mas não sei se consigo. Não sei se quero…

Mas quero-te. Comigo. Uma noite. Várias noites. Uma cama. Várias camas. Só dois corpos. Os nossos.

Don’t mess with me! e eu para mim própria: Porquê? Tens medo de gostar? De querer? Tens desejos?

Queres?

Podemos tentar… se tu…

Não é possível duas pessoas apaixonarem-se uma pela outra automaticamente? Independentemente se têm uma relação com alguém? Como controlam todos estes sentimentos, estes desejos, estes impulsos?

Apaixonei-me pelo homem que não devia.

Não.

Não me apaixonei.

Não estou apaixonada.

O certo é que não paro de pensar nele. Noite e dia. É ele que me move.

Imagino-o a conversar com um colega de trabalho, todo preocupado comigo:

- Vou embora.

- Olha que a Carla queria boleia.

- Não está ali.

- Hum…

Imaginei tudo isto, e depois ele chega à minha sala e diz: Então, deixaste o Afonso ir embora?

Help is coming as long as you believe.

Imagino-o uma noite comigo. Várias noites.

E depois ele chega à minha cama. À minha vida.

Gostava eu!...

E não faço ideia do que pensaria ele, de como reagiria ao saber tudo isto.

E não faço ideia do que sente por mim. Como sente.

Se reprime.

Se não sente.

Se evita.

Se não consegue evitar. Mas também não dá um passo em frente. É tímido diz ele. Mas também não posso ser eu a fazê-lo.

Esta é uma vez em que não posso ser eu a fazê-lo.

Eu sempre disse que queria uma vez em que não fosse eu a dar o primeiro passo.

Aqui tenho.

E não tenho.

E espero.

E não sei.

E quero.

E temo.

E tenho dúvidas.

E recuo.

E avanço.

E pico. E provoco. E rio. E há algo. E há cumplicidade. E quero beijá-lo. E reparo nos contornos dos teus lábios. E na risca dos teus olhos.

Não é risca, mas parece que tens os olhos pintados.

E não tens.

Mas é bonito.

E reparo no nariz. E no cabelo. E no corpo. Nos ténis.

Eu que não sou de reparar nos sapatos.

E reparo nos braços. E penso… num abraço… numa carícia apertada.

Nós os dois. Nus. …

tu um dia a não resistires. Eu a sair do teu carro, tu a segurares-me o braço no segundo antes de eu pôr a perna esquerda de fora. Tu a dizeres qualquer coisa atrapalhada, a puxares-me contra ti e a beijares-me. A beijares-me e a não resistir.

Eu sempre invadida por pensamentos: gosto. Desejo. Quero tê-lo. E depois tenho mesmo, e gosto mesmo e desejo, e sinto-me bem.

E isto já aconteceu outras vezes. Primeiro o pensamento, o desejo, depois a realidade. O ter.

E assim, quero que todo este processo também aconteça contigo.

E quando se quer muito, consegue-se.

E quando se acredita.

Acredita com muita força. Acontece.

E ainda estou a mastigar a tua frase de hoje à tarde: Don’t mess with me!

E eu a sentir que tu queres dizer exactamente o contrário. E eu a sentir o que tu sentes. A puxares-me para ti, como eu te puxo para mim.

Eu a sentir-nos enrolados.

Não me desarrumes, não me confundas, não me baralhes, … que eu não posso,… mas quero.

Tu a picares-me com outros, porque não me podes picar contigo próprio. Mas é isso que queres.

A retórica provocante de um amigo comum:

- Ah, you want to taste him!

E eu a responder:

- no, I don’t.

mas a querer dizer Yes. So much. Too much…

e pensar que esta não é a primeira vez que sinto algo por ti.

Que já no ano passado, me sabia sempre bem, quando estavas presente.

E quando me der a loucura paro de escrever este texto por uma noite e volto na manhã seguinte, ainda com mais raiva, ainda com mais vontade de escrever, escrever, e não parar, não parar, NUNCA, até dizer tudo, até me cansar, a ver se os meus desejos desaparecem,… e sei que não vão desaparecer, sei que não vou conseguir evitá-los, nem que escreva este texto tanto, tanto, que ficasse tão grande e só parasse em Marte. Nem que escreva todos os livros do mundo. Porque hoje acordei com mais pujança do que ontem, e amanhã vou querer acrescentar mais umas frases, e depois de amanhã mais esta coisa quando começo a fechar as mãos e a fazer força, nervosa, e pra semana mais uns sentimentos, uns desejos, e depois também, e depois e depois, e também, e também,…

Nem que já não faça sentido.

And it’s supposed to be love

Qual é afinal o sentido do amor?

Empanquei.

Empanquei.

Acho que agora não consigo escrever mais nada.

Vou parar.

Mas por 2 minutos.

Não fujas.

Não fujas, que se conseguir não parar nunca de escrever este texto, 1º: acho que posso aprender algo enquanto escritora, acho que posso melhorar, maturar, evoluir… 2º: posso vir a entrar no Guiness com o maior texto do mundo.

Não me lembro de ouvir falar disso. Ainda por cima com um texto que fala de amor. Amor, essa coisa sem sentido, mas que faz mover as pessoas. Que as faz escrever textos como este. Um bocadinho mais pequenos, talvez.

Mas faz.

Mas não quero entrar por essa via lamechas, se não que o amor é, em geral, um sentimento por tudo e por todos, que nos faz seguir em frente, que nos faz acontecer, que torna um mundo bom, e todos esses lugares-comuns que pudesse acrescentar aqui, só pra pôr mais umas palavras sem sentido, fazendo com que este texto ganhe mesmo um Guiness.

Porque me tenho que sentir uma criminosa só porque mexes comigo?

Só porque sinto que gosto de ti?

Gosto de ti! É bom!

Mas pronto. Voltei à estaca zero e o maior texto do mundo vai perder todo o sentido e acabar mais cedo, na Lua, porque com a namorada, tu tens todos os extras que vêm com essa ‘etiqueta’: a irmã, o pai, a mãe, o carro, a cidade, a ilha, ….

E aqui fica então:

O texto maior do Mundo para o amor mais curto da Terra.

P.S.: Foste meu namorado. Por 10 dias. Tu é que não soubeste.

Repartindo esperanças e mágoas, por tudo o que é vento.

(…)

Que há-de ser da mais longa carta…

(…)

Já fizemos tanto e tão pouco, Que há-de ser de nós?

Comboio para Lisboa.

Penso em ti. Mas estou serena. Nada melhor que um dia de sol e uma viagem de comboio para me acalmar. Para inspirar e sentir esta serenidade. Esta beleza.

Ontem entre o rápido pensamento ‘’gosto de ti. Não é bom? Afinal qual é o drama? Porque são tão estúpidas as pessoas, quando não sabem reagir a isso?

Veio-me ao pensamento:

Apetece-me cuspir e mandar-te fora da minha vida. Sinto repudia. Apetece-me espezinhar-te, apagar-te.

Perdes o medo de estar só. No meio da multidão.

E agora que já sabes de todo este meu sentimento por ti, agora que já não vai ser igual, a nossa amizade (este meu medo sempre…), agora que sinto que não vou conseguir conviver contigo nem com isto dentro de mim. E vou andar sempre nervosa, e sem comer, e sem saber como agir, o que dizer,…

E no minuto seguinte sinto: NÃO. Levanto a cabeça. Estou serena. E sorrio. Sorrio sempre. Como só eu sei sorrir. À minha maneira. Deste jeito que tu sabes. E sigo em frente. E não choro. Nem por uma lágrima.

quero andar de bicicleta. Contigo. Caminhar na montanha. Contigo.

Assobiando as melodias mais bonitas

(…)

O meu desejo fez as malas e fugiu.

Tantas e tanta músicas que adorava ouvir contigo.

Adorava um abraço.

Outra vez.

E outra, e outra,…

Tão inocente, tão espontâneo, tão teu,…

E enquanto me lambuzo até à última gota de iogurte, atento aos movimentos da minha língua e penso há quanto tempo o último beijo…

E penso na tua língua na minha… no friozinho na barriga…

Nada mais de ti agora. Só este beijo imaginado.

Só as tuas mãos na minha cara. Só esta carícia imaginada.

Portanto, quando na outra noite me perguntavas na brincadeira Mas pensas que sou teu namorado?, tenho a dizer-te:

PENSO! Penso. Com todas as letras. Imagino.

ÉS! Tu é que não sabes.

É como os miúdos pequenos quando lhe perguntamos

- Tens namorado?

E eles:

- Tenho.

E nós:

- E ele sabe?

-Não…

Ou:

- Quem é o teu namorado, Carla?

- É o Pedro…

E ela corada, envergonhadíssima, a correr, a fechar as mãos nervosas na saia da mãe,…

- E tu, és a namorada dele?, nós ainda a chatear.

… e um encolher de ombros, uns olhos a fecharem-se, e ela a fugir.

E o facto é que vieste, num abraço. Ali. No meio de toda a gente. Como no fundo eu não tinha imaginado. Envolveste-me com os teus braços. Nesse jeito inocente. Espontâneo. Tão teu…

E soube tão bem…

ADORAVA, que viesses de repente, num beijo no meu pescoço. Nessa mesma velocidade com que sais para fumar um cigarro. Que viesses por trás e num ápice: um beijo. No pescoço. O meu. Na cara. A minha. Um simples beijo. Um gesto de carinho. De amizade. Podia ser esta a justificação, a desculpa. Não podia?

Já viram o que era ele desafiar-me numa de tête à tête?

- Mas que é que tu queres?, todo costas direitas, peito esticado para a frente, armado como um galo, bem junto a mim, a olhar-me com aquela importância toda de uma crista altaneira, e depois cair na própria jogada e desarmar, e perder toda a postura, e descompor-se, todo enlaçado em mim, todo desarrumado, todo confuso, todo baralhado, e um beijo.

Um beijo. Num ápice.

Um beijo, sem querer.

Um beijo querido.

Um beijo evitado.

Um beijo.

Só um.

Um grande.

E depois… Opá… isto não devia ter acontecido…merda… Ele irritado, ele a andar de um lado para o outro, ele atrapalhado nos gestos, ele mãos a coçar o cabelo, ele confuso,…

….

Mas o facto é que vieste. De repente. Não num beijo no meu pescoço, mas numa espreitadela rápida, por trás de mim, a picares-me.

E eu, desato numa risota interior, a pensar que se continuar a escrever todos estes meus desejos, pouco a pouco (é só preciso ter paciência… essa minha qualidade fraca…), eles vão mesmo virar realidade, e mais noite, menos dia, estamos os dois rebolados numa cama, no meu prazer suado entre os teus gemidos quentes.

AI!

Quero ir aí, junto da tua cadeira, abraçar-te por trás. Dar-te um beijo. Na bochecha.

Ou que venhas tu. Me abraces. Me dês um beijo. Sabes, como se faz aos bebés? É isso. Apertar-te. Apertar-te muito.

Fui estender-me na praia, sozinho ao relento

(…)

Acordei com o toque suave de um beijo

(…)

E escrevemos no espaço um novo alfabeto

Cuspir-te, porque afinal não passas de um chupa. E quando se acaba, os meninos pequenos deitam fora o pau.

Ass.: O maior texto do mundo… e ainda não está acabado.

17/09/07

a brief description of Polish vacations...

We went in Warszawa, Torun, Wroclaw, Jarocin, Golina (!!!!!!!!!!!!!), Krakow,...

we had to change trains in the middle of nowhere.. and we deal with it.. this polish thing all around!!!!

then we went in Auschwitz.. and we were about to sleep in the gas station, until one guy give us a lift.. to one hotel without available rooms! but then the receptionist send us in a bloody hotel with a old crazy lady... and no conditions...was amazing...

the next day we stopped a car to ask how to go in the train station and the guy took us in his car!!!!

everything in polish!!

then, after Auschwitz.... without comments....

we went in Krakow, that i didn't like, at all....

and we decided to take the 1.00 AM train to avoid spend more money in hostels, and sleep inside the train... but, because of this polish language.. we lost the train... that actually didn't pass!!!

an adventure... sleeping in the ground,... OUTSIDE OF the train station, freezing.... and looking like pooooooors.... homeless....
last but not the least: We've met the only stupid polish guys, in the airport. But, appart that, at that moment we were able to ''spierdalache'' them, a kind guy apologized them, to really show that even with such adventures and not such good moments, Poland is a country to visit, to love, to stay...

11/09/07

porque há amigos a quem se pede uma mão e eles nos dão logo um braço inteiro. os dois braços. a sua dedicação. o seu esforço.
porque há amigos que superam todas as expectativas...
porque nunca vou conseguir retribuir nem metade do que fazem por mim..
porque eles estão sempre lá: em cima. a cima.
porque há.... o que tens feito por mim, desde o dia em que nos conhecemos. desde que te considero: AMIGO.
obrigada.. a letras pequeninas... como eu.... porque já não consigo superar as tuas expectativas... mas por tua causa!!

07/09/07

... porque há amigos que ficam, e (signi)ficam. pelas suas palavras, pela sua sinceridade, pelos seus sorrisos, pelas suas mensagens, ...
Pela cumplicidade, os olhares, os dedos frios,....
pelo que fazemos juntos. pelos risos. pelas viagens. pela intimidade. pelo desejo....

04/07/07

Estou em choque. Acabo de chegar da Holanda, abro as páginas dos jornais e de paro-me com a morte de Henrique Viana, aos 71 anos, de cancro, do maldito cancro, ''ratando, ratando'', como disse Lobo Antunes, que também está com esta maldita doença....

25/06/07

Yesterday was so nice, beautiful, funny,… that maybe we will not have such a good time again…

In this way, I’ll keep those moments as a ''goodbye'', as the best gift that someone could give me, even was you that should receive gifts.

You attract me, but by the rules of society - which can be me, you, our friends,… - I cannot tell you this.

As I cannot tell you how much I’d like to kiss you, because maybe, something will broke…. Because the nice, beautiful and funny can fall into water,…

You make me feel free, happy, I feel like we could/we can have more and more pleasant moments, but I’ll not tell you nothing of this.

You provoke me feelings, an inside revolution, but I cannot tell you this…

I cannot tell you how tired I am of cannot tell….

and this, is my first english poem....

and this poem don’t have to have a meaning, apart of the meaning that each one of us wants to give for this yesterday….

18/06/07

Na fase final do Mundial na Suíça
Hóquei em patins: Portugal estreia-se com vitória sobre a França
A selecção portuguesa de hóquei em patins estreou-se hoje na fase final do Mundial com uma vitória por 4-1 sobre a congénere francesa, em encontro da primeira jornada do grupo C da competição, que decorre em Montreux, na Suíça.

A equipa portuguesa chegou ao intervalo a perder por 1-0, na sequência do golo marcado por Nicolas Guilbert, mas conseguiu dar a volta ao resultado durante a segunda parte, graças aos três remates certeiros de Reinaldo Ventura e a outro de Caio.



Portugal reparte a liderança do agrupamento C com a selecção dos Estados Unidos, que hoje se impôs a Moçambique por equilibrado 5-4, mas Portugal detém melhor diferença entre golos marcados e sofridos em relação aos norte-americanos.

17.06.2007 - Notícias Público .pt - Lusa

30/05/07

... Após uns dias necessários para recuperar o ritmo, cá vão os meus ''Ses'' à arte d'imaginar:


E se...
Se fosse uma hora do dia, seria:
a hora do pôr-do-sol
Se fosse um astro, seria: o próprio Sol
Se fosse uma direcção, seria: Norte
Se fosse um móvel, seria: um contador............. sem ''se'', porque sonho ter um há muito tempo. E sei que vou ter;)
Se fosse um líquido, seria: água
Se fosse um pecado, seria: vaidade. Gosto de me sentir bonita!
Se fosse uma pedra seria: um quartzo rosea
Se fosse uma árvore, seria: bétula
Se fosse um fruto, seria: manga. morango.
Se fosse uma flor, seria: a do algodão
Se fosse um clima, seria: mediterrâneo
Se fosse um instrumento musical, seria: oud
Se fosse um elemento, seria: Oxigénio
Se fosse uma cor, seria: LARANJA
Se fosse um som, seria: o do jazz...
Se fosse uma música, seria: TANTAS... Estrela do Mar; Com um brilhozinho nos olhos; Maria Albertina;
Se fosse um estilo musical, seria: todos. Música do Mundo.
Se fosse um sentimento, seria: AVENTURA
Se fosse um livro, seria: Primeiro Livro de Crónicas, António Lobo Antunes.
Se fosse uma comida, seria: todas.... Bacalhau-à-Brás, se só pudesse mesmo ser uma...
Se fosse um lugar, seria: Balos, Creta, Grécia
Se fosse um gosto, seria: um bom gosto;)
Se fosse um cheiro, seria: Vicks VapoRub... que me lembra tanto a minha infância...
Se fosse uma palavra, seria: LIBERDADE
Se fosse um verbo, seria: SONHAR
Se fosse um objecto, seria: um cubo mágico
Se fosse uma peça de roupa, seria: um vestido... para poder rodopiar e sorrir, e sentir-me inocente...
Se fosse uma parte do corpo, seria: os meus olhos
Se fosse uma expressão facial, seria: uma gargalhada
Se fosse uma personagem de desenhos animados, seria: o Tom Sawyer
Se fosse um filme, seria: o Luna Papa, que foi durante muito tempo a minha ''Amélie''... e ainda é...
Se fosse uma forma, seria: um triângulo, para ter vistas para 3 lados essenciais
Se fosse um número, seria: 11... não sei porquê...
Se fosse uma estação, seria: Primavera-Verão, 2097
Se fosse uma frase, seria:

Hoje fui à rua e veio-me um cheiro a quando era pequenina. Hoje ainda sou pequenina, mas a inocência de outros tempos esses, nem sempre me vem ao nariz. Deve ser o nariz tá a brincar.


E lançando o desafio, espero pelos vossos ''Ses'':

http://newslav1957.blogs.sapo.pt/

http://didea.blogspot.com/

http://u-mind.blogspot.com/

31/03/07

Tributo a Felipe

O INVERNO, para mim, é imaginar a casa do Felipe. Imaginar nós os dois e uma lareira acesa. Nós sentados num tapete felpudo, no chão, junto à lareira.

Uns almofadões espalhados pela sala. Umas velas acesas a uns cantos ou nenhumas velas acesas e só a luz das chamas.

Nós os dois a tomar chá e a conversar. A conversar a noite inteira. A rir,… ele a tocar…

Imaginar nós os dois a cantar.

A conversar. A conversar.

A con…. Até cair de son…. E adormecer ali mesmo, já quando não há chamas. Já quando só há duas ou três brasitas acesas…

e nós aninhados no sofá, enrolados em mantinhas de lã…

18/03/07

27. Fev 07

Estação de Metro de Sintagma, 20H15min: Concerto de Rebetiko, pela Greek Orchestra

Este sítio é incrível. Porque saímos do metro, do bulício das gentes, das correrias, dos corpos entalados nas portas do metro já quase em andamento, e entramos numa sala ampla, quase sem dar por ela, porque está logo ali em frente às escadas rolantes. Mas para o lado de cá das portas abertas desta sala, há música, há dança, há performances, vídeos, quadros na parede, pinturas, ... Há paz. Há esta boa sensaç
Ao de quando se está num concerto ao vivo.
Desculpem, não consigo escrever melhor o que estou a sentir... é difícil... mas para terem uma ideia a Orquestra canta ‘’There is nothing we can do, life is always like this, to laugh or to cry, every day and every night’’.
...
ainda assim vou tentar explicar um bocadinho melhor esta sensação que tenho, aqui nesta sala, porque não sinto que tenham entendido.
Há gente que sai do metro e decide cruzar as portas abertas desta sala e começa a deambular aqui dentro, a apreciar os quadros nas paredes, e como a Orquestra continua a tocar, estes transeuntes podem também disfrutar da música. E nós aqui sentados, apenas a apreciar os sons do piano, das buzukias, do violino, da guitarra e do clarinete, somos um pouco como os quadros nas paredes, e aposto que alguém nos está a apreciar neste preciso momento.
E a imagem que tenho é a das bonecas russas, umas dentro das outras. Neste caso, quadros dentro de quadros. E lembro-me ainda do Mundo de Sofia e as marionetas nas mãos de um desconhecido qualquer.
Assim, às gentes em correria para entrar no Metro, todos estes quadros lhes passam COMPLETA e literalmente ao lado.
e a frase certa para tudo isto é: Is to feel peace in the middle of the crowd!

05/03/07

Klimataria

não vos venho falar da Acrópole, de Ágora, Sintagma, Kolonaki, Victória, nem de Monastiraki, da Rua Ermou ou do Teatro de Herodes Attikus.
não vos venho escrever sobre Rebetiko, Cariátides, Zappio, Plaka, Areopagus, nem sobre o Temple of Olympian Zeus, nem da Estação de Comboios de Omonia (a minha favorita), nem da Manifestação dos Estudantes, por um ensino publico gratuito.
não vou falar do Estádio Olímpico, nem de Savina Yannatou, kanonaki ou buzukias. 
muito menos falar-vos da igreja Kapnikarea, na Rua Mitropoleos, "vendida" nos panfletos turísticos como ''A igreja debaixo de umas arcadas". Acontece que na urgência de uma Atenas em expansão, onde dos 10 milhões de habitantes de toda a Grécia, 4 milhões se engalfinharam na Capital, alguém decidiu construir um prédio enorme com arcadas POR CIMA da dita igreja...
E é assim que um tão grande desordenamento urbano, ao invés de provocar a ira, gere um ponto de interesse turístico!!
Assim que não vos venho falar de nenhum destes lugares-comuns, mas sim de um lugar, talvez comum em muitos lugares existentes por esse mundo fora: O RESTAURANTE KLIMÁTARIA.
UMA CASA sem explicação. Só vista!
lamparinas de petróleo a iluminar as mesas. mesas pequenas de madeira. cadeiras com acento de corda entrançada e para que o rabo não sofra muito, algumas têm umas almofadas velhas e sujas em cima, mas feitas de arraiolos!!! Outras têm uns tapetes, outras uns pedaços de napa, outras naperons,...
a iluminar a sala, além das lamparinas a petróleo e de uns candeeiros pendurados na parede, tipo altar, há duas velas de cera à minha altura. Literalmente à minha altura!
há ainda uma lareira acesa e nas paredes... enfim... como escrever... tudo e mais alguma coisa que possam imaginar que o homem tenha acumulado vida FORA, mas que tenham ficado ali DENTRO daquele lugar!!
gaiolas, panos, raquetes, espanta-espíritos, detergentes, camelos de plásticos, cassetes, ... e ali ao canto, um amontoado do que qualquer pessoa chama LIXO, bordel, o degredo, sei lá! há tanta, tanta tralha, que o amontoado faz continuação com as belezas penduradas nas paredes!
malas, cobertores, aparelhagens, tapetes farfalhudos, guitarras partidas, roupa, roupa, roupa, candeeiros, bonecos de peluche, bonecos de plástico, roupa, roupa, roupa,... bancos,...
e depois disto tudo, provavelmente nenhum de vós jantaria num LUGAR tão comum quanto este!! A NÃO SER, que eu faça dele um ponto de interesse turístico, como os construtores do edifício das arcadas, fizeram com a igreja...
A imagem disto é mais ou menos a mesma de quando fui a casa de umas primas, e a avó delas tinha tanta, tanta, tanta, mas tanta roupa amontoada na estreita entrada de casa, que quando o telefone tocava, ouvia-se um som muito ao longe, ou nem se ouvia, ou não se sabia onde estava o telefone.... e claro, estava debaixo do monte de roupa...
assim que a entrada deste 'Restaurante' é exactamente assim, estreita e com um monte de roupa, de bonecos, cassetes, telefonias, .... talvez com a diferença que não vi nenhum telefone. Mas não sei se estará lá debaixo!!
Aqui também não faltam teias de aranha! Qualquer pessoa já teria, inclusive pensado nisto. Nisto e em todos os animais amiguinhos destes ''places'', tipo ratazanas, baratas, pulgas, caraças e daí pra baixo!!
E acreditam que o Restaurante está cheio?!
Pergunto-me se existirão mais lugares como este, por esse mundo-comum fora?
O jantar: beringela laminada e frita, muito boa! Salsichas, tipo Alemãs, com tomate e oregãos. Boas, boas! Queijo feta, frito e um psomi (pão) fantástico!
Há gatos em cima das mesas e as pessoas a jantar! E um deles a espirrar-se todo! Onde é que eu já vi isto?!
Entretanto reparo nas mãos do dono do ''Restaurante'' (que é quem serve às mesas)... Elas não estão sujas, estão... negras, IMUNDAS, sei lá, encardidas do tempo!
será que a comida sabe melhor por causa disso?! 
Chama-se Makis, tem 70 anos e tá sempre a dizer asneiras, como ''Gamôto''.
Vem à mesa ao lado da minha e vejo-o espremer um limão, com as mãos encardidas do tempo, para cima duma salada!
Quando o Iannis lhe disse que eu sou Portuguesa, começou logo a dizer Ah, Amália Rodrigues, Amália Rodrigues, Piaf and Muskuri, ena!! (ena, significa Um).
E disse ainda que a voz da Amália não vai voltar existir, não vai voltar a aparecer voz como a dela. Portugal teve bons cantores, mas como ela não há. Aliás, a voz dela não é de Portugal.. é do Mundo!
E lembro-me daquela música Todos nós temos Amália na voz/E temos na sua voz/A voz de todos nós!
Depois falou também da sua Teoria acerca das Relações Humanas. Disse que quando conhecia uma mulher, primeiro ia para cama com ela e só depois falavam de coisas da vida, música, arte, religiões, o que fosse. Porque de outra forma, o coração estava sempre acima da razão, ou a vontade do corpo acima do pensamento e não se estava totalmente livre para conhecer totalmente a outra pessoa. Assim, que satisfeitos os impulsos, podiam então conhecer-se!!...
Os gatos continuam a saltar de mesa em mesa e a lamber os pratos, agora só com restos.
Eu comi tanto, e tantos fritos, que fiquei mal disposta. A ponto de ter que pedir uma água das pedras. E não é que o Makis abriu a garrafa à minha frente?? Sabem como sou com estas coisas dos ''mínimos'', e ''não se traz uma bebida ao cliente já no copo''!
Enquanto saboreio este carinho na minha alma, penso que cada tralha em meu redor tem uma história, um porquê de estar ali, um passado útil.
Reparo ainda num quadro na parede assinado pelo Makis que diz A música é uma espécie de amor, um carinho nas nossas almas, e o artista respira através dos aplausos. 
E de aplausos respira também Marta, uma rapariga na mesa ao lado, que canta na sua voz bonita, enquanto os amigos tocam.
To logariasmo: 20 evro!


01/03/07

Como se não houvesse amanhã

As nossas fotos de viagem podiam ter sido eu com aquele sorriso de parva e a cara de lado, uma mão não sei onde e a outra em cima das costas do sofá cor de rosa-velho.
Podia ter sido nós a inventar que era a nossa sala de estar à direita e a nossa suite à esquerda.
Mas foi o nosso quarto, com espelho na parede, é certo. Mas foi a nossa sala ali do outro lado do corredor, sem sofás nem nada; só a ficha para carregar o telemóvel.
Foi a nossa sala de ballet, posteriormente ocupada por uma não nossa convidada. Foram os nossos vizinhos na casa sem paredes, embrulhados um no outro e que se decidissem fazer amor, sexo ou o que fosse nós víamos tudo. E ouvíamos!
E foram ainda as velhas a chegar primeiro do que nós ao sofá rosa-velho. A chegar primeiro por alguma razão que só os ossos delas conhecem, justamente para que daqui a três horas, fora as outras 3 que já passaram desde que entrámos no barco, não esteja um osso a cada canto e as velhas desconjuntadas, ainda mais partidas do que eu.
Foram as velhas a chegar primeiro ao sofá rosa-velho para não acordarem a meio da noite, exactamente a meio e, em vez de beberem um copo de água ou irem à casa-de-banho, começarem a escrever que As nossas fotos de viagem podiam ter sido eu com aquele sorriso de parva e a cara de lado, uma mão não sei onde e a outra em cima das costas do sofá cor de rosa-velho.
Ass. Carla, 3.10 da manhã, que entretanto já passaram 10 minutos desde que comecei a escrever isto. A escrever e a flatular-me toda como se não houvesse amanhã, já diria a Guil!
Olha, e agora a Alexandra tá a roncar!! Lindo!! Ah! E a nossa não convidada também e ainda mais alto!!



g

Our trip photos could have been me with that stupid smile, my face turned, one hand I don’t know where and the other one above the back of the old-pink sofa.
Could have been me inventing that it was our living room on the right and our suite on the left.
But it was our bedroom with a mirror in the wall in fact. It was our living room on the other side of the hall without sofas, without nothing. Just the plug to charge the mobile.
It was our ballet room, later occupied by one uninvited woman.
It was our neighbours in the house without walls, hugging each other and if they had decided to make love, sex, whatever and we could see everything. And listen!
And it was also the old women getting first in the old-pink sofa for some reason that just their bones know, maybe to avoid leaving one bone in each corner after 3 more hours of trip and not to be as broken as me.
It was them getting first to the sofa to avoid waking up in the middle of the night, right in the middle, and instead of drinking a glass of water or going to the bathroom, beginning to write that Our trip photos could have been me with that stupid smile, my face turned, one hand I don’t know where and the other one above the back of the old-pink sofa.
Sig. Carla, 3.10 a.m., because 10 minutes have passed since I started writting this. Writing and farting, as tomorrow never comes, like Guil says!
Oh, and now Alexandra is snoring!! Great! Oh! And our uninvited too and even more loudly!

26/02/07

O meu primeiro poema grego!!

Para poli tipota toogariasmo ti kanis paralia miga eci né kala aftó guitzés oréa triti efgaristó símera avocatô elaré souvlaki kalispera oxí nero elefterias bouzukia alá apó iné zoí cromata den parakaló fortetza egó pâme mono paraskevi yassas afti avrio edó s’agapo ipomena musique lipon lefto kalikandzere ergumé dromo bougatza coma tria tikanete malacas ladi tessera avgá. Tessera. Mia docis cacau. Mia! Pandu more du levis i kasevis? Déftera éna blé portukáli milao spiti vivlio ecató. Alithia ? odos ssaranda póli kubi squilos imé. katalavés? Rruvardás diladi aftá salami PERIPTERO kalinichta dacsi potiri amácsi esfugaristra zarrari gála peripétia évro pende ómorfos psira cráci próto ghata léo émis thélo

Muito muito nada conta como estás praia mosca tu sim bem santinho tá bem terça obrigada hoje abacate então souvlaki boa-tarde não água liberdade bouzukia mas para é vida cores não por favor fortetza eu vamos só que sexta olá ela amanhã aqui amo-te tenho dito música assim dinheiro kalikandzere já vou estrada bougatza ponto três como estão malacas (punheteiro) azeite 4 ovos. QUATRO. Meia dose de cacau. Meia! Em todo o lado caraças trabalhas ou brincas? Segunda uma azul laranja falo casa livro cem. A sério? Rua. Cuarenta cidade botão cão sou. Percebes? generoso ou seja aquela chouriço quiosque boa-noite ok copo carro esfregona açúcar leite aventura 5 lindo piolho vinho primeiro digo nós quero.

14/02/07

E ainda, o ABORTO

O sim ganhou, mas a discussão pode e deve continuar. Aliás é mesmo isso que se quer.

Não basta um ''Sim''.

Não quer dizer que agora podemos deixar de usar preservativos. Por favor, a SIDA existe!!! É o velho lugar-comum!! A SIDA, a Sífilis, o Papiloma, e todas as DST's!

Não quer dizer que agora podem começar todas a engravidar aí pelos cantos!

Que nenhuma queira passar pela situação/decisão de um aborto.


Toda esta questão é muito mais complexa que um mero ''SIM'' a uma questão feita num Referendo.

Assim, e para continuar a alimentar a discussão do assunto, aqui fica uma opinião:


««O que mais me revolta às vezes é a simples repetição de chavões do senso comum, frases feitas em torno das quais se faz a propaganda pelo Sim, SEM SE PENSAR MINIMAMENTE no que se está a dizer.

"Não ter as condições para a criar"??? Se por acaso fosse feito um registo com os dados relativos às mães que decidem abortar, talvez até houvesse uma surpresa quando fosse traçado o perfil da mãe-tipo que aborta! A mãe-tipo não seria tão desprovida de dinheiro, nem tão jovem, nem tão "desamparada" quanto seria de esperar. Aquela visão melancólica da mãe ainda adolescente, coitadinha, sem dinheiro, a meio dos seus estudos, que, MESMO TOMANDO TODAS AS PRECAUÇÕES no momento do acto sexual e sem pais que a possam apoiar, teve o azar de engravidar deverá dizer respeito a que percentagem do total de mães portuguesas que actualmente vão a Espanha abortar? Julgo que a maior parte dos partidários do SIM revêm essa imagem (tal reflexo pavloviano) vezes sem conta sempre que se lhes é falado em aborto!
Tendo por base essa imagem dizem-se coisas como:
1. "não ter condições psicológicas para ter a criança". UAu! Então mas se ela não estava realmente planeada, é de esperar que a mulher fique indiferente, não?
2 "Não ter condições sociais"? de que tipo? não percebo bem estas condições... Medo que o nascimento vá afectar a sua hetero-imagem? OU pior, os paizinhos a não quererem passar pela "vergonha" de já terem um neto e dos amigos destes paizinhos lhes apontarem o dedo quanto à má educação/informação sexual que deram aos filhos. Realmente é de um impacte social preocupante!
3. "Não ter condições financeiras"? Este então é o melhor argumento de todos! Por favor leiam e analisem com seriedade mais estatísticas sobre quem são as mulheres e o seu nível de vida nos países onde a IVG é permitida!! Quem realmente se move e "faz das tripas coração" para arranjar o dinheirito para ir ali a Badajoz abortar não poderia pensar que o mesmo poderia ser utilizado com o seu filho? Este argumento do dinheiro ainda se torna mais interessante quando nos lembramos da precariedade em que se vivia em Portugal há anos atrás por altura em que nossos pais e avós nasceram... Se este fosse um argumento válido, muitos de nós não estariam aqui hoje!
CONCLUSÃO? Podemos concluir brilhantemente que a criança não é de facto desejada. Pudera! Com tantos argumentos em torno de questões egocêntricas, não há de facto espaço para pensar no outro. Quantos de nós, na casa dos 20-30 anos não fomos fruto do acaso? Será que estavamos todos nos planos dos nossos pais? Fomos todos desjados? Perguntem aos vossos pais. E perguntem-lhes também se estão arrependidos da opção tomada? Surpreendidos com a resposta?... Talvez, até porque nem havia condições na altura!

Eu não vou votar, por uma decisão pessoal (também não voto em eleições políticas), e não vou abrir excepção nesta questão. Se votasse, votaria Sim, apenas e simplesmente pelo princípio da liberdade de escolha de cada um querer fazer/dizer as asneiras que quiser... embora neste caso do aborto quem paga as consequências não são os próprios! Prevê-se que abortar em Portugal não deverá ser um acto médico comparticipado, adoptando-se assim o princípio do utente-pagador, e muito bem! Pois se existem outros tratamentos, medicamentos, internamentos, cirurgias e outras urgências de saúde que também não são comparticipadas... Merda de país que vive sempre à sombra do "subsídio"! Os impostos são necessários para outras coisas neste país do 3º mundo! Pensar-se que ainda existem regiões (DO LITORAL do país!!!) ainda sem o saneamento básico! Bem estou-me a afastar do tema... Reflictam!»», Sérgio Marto

12/02/07

O Aborto já era um ''SIM'', de modo que, com o futuro que se adivinha, apenas se está a dizer ''SIM'' ao fim da CLANDESTINIDADE e das péssimas condições em que o ABORTO tem vindo a ser praticado até então.

23/01/07

Edite Estrela revela documento
Referendo: Parlamento dinamarquês apela ao voto "sim" em Portugal
23.01.2007 - 09h02 Lusa

A eurodeputada socialista Edite Estrela divulgou ontem à noite, durante um debate realizado em Castelo Branco pela despenalização da Interrupção Voluntária de Gravidez (IVG), um apelo ao voto "Sim" em Portugal oriundo do parlamento dinamarquês.

Segundo a eurodeputada do PS o aborto "diminuiu na Dinamarca" desde que aquele país despenalizou a IVG, até às 12 semanas, em 1973.

Classifica o tema do aborto como "um assunto ético e sério" mas lembra que 95 por cento dos dinamarqueses "acham que a mulher deve ter o direito de escolher uma interrupção voluntária da gravidez segura e legal".

No discurso que proferiu, Edite Estrela apresentou ainda números de um estudo norte-americano, que apontam para um custo "quatro vezes superior" do aborto clandestino quando comparado com os custos da IVG até às 10 semanas.

"Até às 10 semanas [a IVG] é feita por processos químicos. Não tem os custos que as pessoas pensam", disse.

"O que não significa que silenciemos as distorções, as falácias e as mentiras", avisou. Defendendo o envolvimento de todos os cidadãos na consulta popular e o combate à abstenção, alertou que está em causa "o próprio instrumento do referendo".

"Se [o referendo] continuar em Portugal a não ter a adesão do povo, a democracia participativa está em causa", disse.

13/01/07

Dia 11 de Fevereiro: Vote SIM!

Sinto que tenho fazer algo.

Estamos a menos de um mês do REFERENDO!

Sinto que também eu tenho de entrar em acção, para fazer com que não haja abstenção. E claro, para fazer com que percebam a minha opinião e o meu apelo ao SIM.

SIM, por uma decisão pessoal e intransmissível;

SIM, porque o ABORTO, já é uma realidade no nosso país, mas infelizmente sem as melhores condições para tal;

SIM, por essas condições;

SIM, porque o dinheiro dos contribuintes não será só para isto, como se após a DESPENALIZAÇÃO não se gastasse dinheiro em mais nada!;

SIM, com a consciência de que esta não é a única solução. É claro que há outras medidas a tomar, como INFORMAÇÃO, PLANEAMENTO FAMILIAR, diminuição do custo dos preservativos e dos anti-conceptivos ou mesmo acesso gratuito!

SIM, porque mesmo com preservativos e pílulas, a eficácia não é de 100%!

SIM, porque a mãe deve ter direito a desejar um filho. Não a criá-lo sem condições psicológicas, sociais, financeiras, etc, etc, etc,...

SIM, porque a lei não vai obrigar quem não concorda com a DESPENALIZAÇÃO a fazer um ABORTO, mas obriga as que CONCORDAM a não o fazer!

SIM, por este tipo de LIBERDADE! De DEMOCRACIA!

07/01/07

Arte poética, in A criança em ruínas - José Luís Peixoto.

o poema não tem mais que o som do teu sentido,
a letra p não é a primeira letra da palavra poema,
o poema é esculpido de sentidos e essa é a sua forma,
poema não se lê poema, lê-se pão ou flor, lê-se erva
fresca e os teus lábios, lê-se sorriso estendido em mil
árvores ou céu de punhais, ameaça, lê-se medo e procura
de cegos, lê-se mão de criança ou tu, mãe, que dormes
e me fizeste nascer de ti para ser palavras que não
se escrevem, lê-se país e mar e céu esquecido e
memória, lê-se silêncio, sim, tantas vezes, poema lê-se silêncio,
lugar que não se diz e que significa, silêncio do teu
olhar de doce menina, silêncio ao domingo entre conversas,
silêncio depois de um beijo ou de uma flor desmedida, silêncio
de ti, pai, que morreste em tudo para só existires nesse poema
calado, quem o pode negar?, que escreves sempre e sempre, em
segredo, dentro de mim e dentro de todos os que te sofrem.
o poema não é esta caneta de tinta preta, não é esta voz,
a letra p não é a primeira letra da palavra poema,
o poema é quando eu podia dormir até tarde nas férias
do verão e o sol entrava pela janela, o poema é onde eu
fui feliz e onde eu morri tanto, o poema é quando eu não
conhecia a palavra poema, quando eu não conhecia a
letra p e comia torradas feitas ao lume da cozinha do
quintal, o poema é aqui, quando levanto o olhar do papel
e deixo as minhas mãos tocarem-te, quando sei, sem rimas
e sem metáforas, que te amo, o poema será quando as crianças
e os pássaros se rebelarem e, até lá, irá sendo sempre e tudo.
o poema sabe, o poema conhece-se e, a si próprio, nunca se chama
poema, a si próprio, nunca se escreve com p, o poema dentro de
si é perfume e é fumo, é um menino que corre num pomar para
abraçar o pai, é a exaustão e a liberdade sentida, é tudo
o que quero aprender se o que quero aprender é tudo,
é o teu olhar e o que imagino dele, é solidão e arrependimento,
não são bibliotecas a arder de versos contados porque isso são
bibliotecas a arder de versos contados e não é o poema, não é a
raiz de uma palavra que julgamos conhecer porque só nós podemos
conhecer o que possuímos e não possuímos nada, não é um
torrão de terra a cantar hinos e a estender muralhas entre
os versos e o mundo, o poema não é a palavra poema
porque a palavra poema é uma palavra, o poema é a
carne salgada por dentro, é um olhar perdido na noite sobre
os telhados na hora em que todos dormem, é a última
lembrança de um afogado, é um pesadelo, uma angústia, esperança.
o poema não tem estrofes, tem corpo, o poema não tem versos,
tem sangue, o poema não se escreve com letras, escreve-se
com grãos de areia e beijos, pétalas e momentos, gritos e
incertezas, a letra p não é a primeira letra da palavra poema,
a palavra poema existe para não ser escrita como eu existo
para não ser escrito, para não ser entendido, nem sequer por
mim próprio, ainda que o meu sentido esteja em todos os lugares
onde sou, o poema sou eu, as minhas mãos nos teus cabelos,
o poema é o meu rosto, que não vejo, e que existe porque me
olhas, o poema é o teu rosto eu, eu não sei escrever a
palavra poema eu, eu só sei escrever o seu sentido.