Carla Veríssimo cria site para se dar a conhecer e ao seu trabalho.

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18/01/09

És um nome bonito. Diferente. Exótico. Selvagem. Excêntrico.
Uma estrela no meu sonho.
No meu céu.
Que estranho! Queria escrever uma estrela no meu céu. Estava a dizer no meu céu, em pensamento, e o lápis escreveu sonho.
Em 13 anos de escrita é a primeira vez que isto me acontece. O lápis a comandar. A escrever o que ele quer.
Talvez tenha sido um sinal.
És um sonho.
Um sonho.
Ainda não orbitas na minha realidade.
Ou orbitas?
És um sinal.
Ainda não marcas a minha pele.
Ou marcas?
Já não sei nada.
Estou confusa.
Deixas-me nervosa.
Inquieta.
Cá dentro inquietação, inquietação, é só inquietação, inquietação. Porquê não sei, porquê não sei, porquê não sei ainda. Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer, qualquer coisa que eu devia perceber. Porquê não sei, porquê não sei. Porquê não sei, ainda.
A contas com o bem que tu me fazes. A contas com o mal porque passei. Com tantas guerras que travei (…) meu peito feito campo de batalha.
Ensinas-me a fazer tantas perguntas, na volta das respostas que eu trazia. Quantas promessas eu faria. Se as cumprisse todas juntas. Não largues esta mão (…) pois falta sempre pouco para chegar. Eu não meti o barco ao mar, para ficar pelo caminho.
Cá dentro inquietação, inquietação, é só inquietação, inquietação. Porquê não sei, porquê não sei. Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer, qualquer coisa que eu devia resolver. Porquê não sei, porquê não sei. Mas sei, que essa coisa é que é linda.
JP Simões cantou-me as palavras que o meu lápis queria escrever.
JP não me cansa. Assim como tu. Não me cansas.
O que é isto?
A minha geração já se calou, já se perdeu, já amuou, já se cansou, desapareceu, ou então casou, ou então morreu. Já se acabou (…)
A minha geração ironizou o coração, alimentou a confusão, brincou às mil revoluções, amando gestos e protestos e canções, pelo seu estilo controverso.
A minha geração (…) toda vício, toda boca (…)
E a comida estava óptima.
O que vamos fazer?

O que vamos fazer?, pergunto eu também.
Pinto o cabelo. Rio-me ao espelho. Ponho o vestido vermelho …
Tentei escrever um texto para ti. De ti. Mas JP já cantou tudo.
Escrever-te talvez apenas que me sintas em cada nota destas músicas, de cada e todas as vezes que as ouvires.
Passei a tarde agitada, escrevendo linhas no espaço, que eram para ti. E agora, neste espaço, que é para ti, sinto-me incapaz.
Transcendes.
És muito mais que palavras que te possa escrever.
Mereces mais.
E ouve-se ao fundo uma linda canção, de paz e amor.
Se por acaso me vires por aí (…)
Encaixotei os papéis e não sei se hei-de deitar tudo fora...
Esta realidade que orbitas aí bem longe…