Era Outubro e havia relógios.
Era o frio e havia aquele Vendedor.
Havias tu e o teu sorriso.
Havia o teu chapéu.
O teu olhar profundo.
Havias tu: Lindo. António, Lindo!
O Vendedor ficou e eu parti.
E veio Dezembro e as ilhas.
Na viagem aterrou uma paixão antiga. As portas de "engate" já estavam abertas e foi só levantar voo.
Tu sempre de um lado para o outro, comigo...
Eu com palavras públicas para ti.
Tu um nome de rua.
Tu livros e revistas e filhos e amores e histórias e tretas.
Era Janeiro e Fevereiro e depois Maio e eu hospitais e doenças e doentes.
A paixão antiga a falhar. A média da Colecção a subir.
Tu bem guardado numa estante. Sossegado de mais há muito tempo.
Sem o meu olhar no teu. Sem o teu sorriso para o meu.
É Agosto e já vou tarde para um Parabéns a 29 de Julho.
Tu partiste e eu fiquei.
Há saudade e eu tenho uma vontade imensa de comprar um chapéu!
Vêm as ilhas de novo. E desta vez não te trouxe comigo...Mas hei-de voltar só para te ler outra vez. E nessa altura, hei-de saber o que fazer a seguir.
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