Carla Veríssimo cria site para se dar a conhecer e ao seu trabalho.

Carla Veríssimo cria site para se dar a conhecer e ao seu trabalho| http://cavverissimo.wix.com/carlaverissimo

29/05/10


Não serão precisos muitos fios,
não
        será
                   precisa
                                       a
                                               linha.
Serão poucos os pequenos transparentes, conjugados e ligados, os pedaços de madeira tão tintados, simplificados.
Seremos nós bonecos marionetados nos seus fios afinal nunca acabados.
Seremos grão de areia fina, a levitar pequena bailarina.
Seremos vento que empurra o pensamento.
Não serão precisas muitas linhas,

não
        será
                   preciso
                                       o
                                               fio.
Mas fiando noz em voz, baramlham-nos confusa
mente
que no pequeno transparente nus estão a co-mão-dar.

Escrito para a MIMA: http://www.samarionetas.com/ e http://marionetasportugal.blogspot.com/

Para JP Simões



 
                              Fotos in: http://www.myspace.com/jpsimoes

A minha canção contigo começou em Castro Verde, com um amigo sentado à mesa a ouvir JP Simões.
E esse JP Simões viajou comigo desde essa mesa, em 2008.
E tentei letras e cordas para ouvir uma só nota tua, nesses acordes sentidos.
E só agora nestas ilhas, tão no meio do tudo e do nada, isoladas, longe, tão perto, consigo finalmente...
A minha canção contigo.

Autógrafo para JP Simões, após concerto no Arco 8, 29 Maio, São Miguel, Açores

26/05/10

Disseram-me um dia deveríamos estar apaixonados pela leitura. Acredito na condução do homem através da leitura, é o momento egoísta positivo do homem. Creio que a alma projecta-se para a vida e para as relações através da leitura!
E eu disse
nunca tinha pensado nisso.... nesse egoísmo por uma vez positivo neste homem com um h muito pequeno que somos...
Cremos-nos h grande, mas para isso, de facto, seria preciso tanto mais.... tinta....
tantos mais livros...
tanta mais paixão, alma,...

tanto mais HOMEM.

20/05/10

Levas e trazes. Deixas e Dás. Tiras e feres, mas ondulas sempre.
És muito mais do que água e marés, ventos e Luas.
És espuma branca em areia negra.
És chão sob os meus pés nestas viagens de ilha em ilha.
Tens em ti uma força. Muitas forças.
És bem mais do que peixes, golfinhos, rochas e algas.
És uma estrela-do-mar a navegar em todas as direcções.
És essa caravela tão portuguesa.
Nesse rebentar ruidoso, o meu mergulho em ti.
Uma incógnita, um desafio.
Como grão-filho-único de uma mãe-resia cheia de areia.
Como uma fugitiva que se esconde, no mais profundo do teu barulhar...
gaivota voando ligeira;
rola-do-mar de perna vermelha, sabes ser essa onda de sal e sentido.
E eu sou um poema gota-de-água-pequena nesse azul imenso mar...

Poema escrito para uma Tertúlia de Poesia, no Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, na ilha de Santa Maria, para Comemoração do Dia Europeu do Mar
Notícia em... O Baluarte 

09/05/10

Ultimamente tenho passado grande parte dos dias, em redor dos postes eléctricos, curvada e de olhos atentos ao chão. Tanto o faço que começo a achar que algum dia, um agricultor me há-de perguntar: “A menina perdeu alguma coisa?” E sinceramente não sei que dizer... Sim perdi um milhafre! Perdemos! Perdeu a natureza!... Acho que digo isto!
Nem sempre passo perto dos agricultores... eles vão por umas canadas, e eu por outras, ou às vezes nem isso... mas das vezes em que peço indicações para chegar aos locais, aproveito para explicar o projecto em que trabalho e reconforta-me saber que este projecto, os milhafres e os postes da EDA serão assunto de conversa à mesa de algumas famílias!
Talvez haja nalgumas mesas comentários de quem me viu no meio dos pastos ao longe, a trepar muros, pontapear silvas, furar entre árvores e plantas da floresta, andar no meio das vacas, subir encostas, gentes com quem não falei, e que me terão visto e talvez julgado de uma forma ou outra, OU não! Ou simplesmente não perceberam, e ficaram curiosos, e terão levado essa história para casa.
E que seja este o meu legado. Deixar histórias, ao jantar de muitas famílias.