SINTO-ME
exposta
desprotegida
com pequenas coisas a mexer, remexer, trazidas à tona da água.
E eu, no meu barco, com tantas e tantas gotas de suor que sempre quis esconder, engolir, fazer desaparecer, AFUNDAR, … e agora aqui EXPOSTAS, TRITURADAS.
E não posso. E não devo. As mãos. O olhar. A expressão incontrolável… não podia ser de outra maneira…
E não posso. E não devo. A voz. O volume, a entoação. O corpo. O olhar.
Dou valor a cada uma das pessoas, ao trabalho delas, ao mérito. Às palavras de um Sérgio…
Sinto exactamente o que ele diz.
SINTO.
Sinto a luta interior de uma Joana.
SINTO.
as palavras de uma Ana, de uma Sandra, de uma Susete, com tudo o que ocultam, o que não expõem.
Temos de nos obrigar a nós próprios ‘’coisas assim’’: Larga a caneta (a caneta que agarramos desde que nos conhecemos); Não encolhas os ombros (o encolher naquele jeito que é tão nosso); Não sejas tão expressiva (não ser tão expressiva? São 28 anos de expressividade!); Não sejas monocórdico (e a nossa voz sempre naquele tom…); Não metas as mãos nos bolsos! (onde elas estavam tão mais à vontade, tão confortáveis, tão... escondidas… tão … SEM MEDO…)
E sinto
a garra de uma Raquel, a timidez vaidosa de um Filipe, a integridade de um Renato, a humildade de um Armando, o mistério numa Carina, o altruísmo de uma Célia, e as suas ideias fixas..
Mas continuo a perguntar
Como lutar? Como mudar? Como melhorar?
E sinto o riso de uma Anabela,… contagiante…
o ondular na espuma de uma Neuza, tão menina…
o riso na expressão de um Bruno, tão… como dizer? … tão ele. Não sei.
Não sei, mas sinto e partilho convosco o vosso expor.