Fiz o meu ninho no meio do fim do mundo.
Assente sobre o solo agreste, uma manta de retalhos é a cama onde me deito. Cubro-me com lençóis de estrelas e antes de adormecer percorro com o olhar todos os contornos de cada árvore, ouço cada cantar dos grilos e das cigarras.
Um vento leve massaja o meu corpo e todos os mundos estão lá fora, ou melhor, lá dentro das suas casas. Eu é que estou cá fora dentro do mundo, sozinha, mas com tanta coisa cá dentro. Inspiro conscientemente, sinto cada curva, cada célula de mim.
Sinto-me feliz por estar aqui neste agora.
Sou tão pequenina neste UNIVERSO.
Estou em êxtase! Não sinto fome nem sede, nestes retalhos há energia suficiente.
Apercebo-me que a noite é um fenómeno tão extraordinário como um vulcão, uma avalanche, um eclipse...
Ganha cada vez mais forma, mais cor na escuridão, os sons da vida não param, são relaxantes...
Estou apaixonada... pela manta, pela noite, pela vida, por mim...
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