Carla Veríssimo cria site para se dar a conhecer e ao seu trabalho.

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25/04/04

ser como um desejo; ser herói de um beijo; sobre a cidade;
viver numa estrela; e sem dar por ela; gritar: LIBERDADE

- Diana Basto -

05/04/04

não há fórmulas e eu criei o meu mundo sozinha... e estas são as minhas fórmulas.

Ser bonita afinal é tão fácil... ser boa é que é difícil.
A cena não está em termos um mundo bom, mas em deixarmos um mundo bom. (alguém já disse algo deste género)
Aliás, se isto já tivesse sido feito antes de nós; teríamos um mundo bom!
O que é que de mim está nas minhas mãos? E nas dos outros?
Onde está o "Você está aqui"?
Onde é que... ?
Finjo felicidade.
Finjo prazer feito uma mulher.
Os bichos são tão tranquilos.
Quero ser bicho.
Infiltro-me na felicidade dos outros e tento roubar resquícios de sentimentos para mim.
Não tenho nada construído, a não ser estas frases soltas...
e uma "tecla encravada" e um meio termo que não consigo encontrar; mas tem que existir equilíbrio??

relembro uma das nossas primeiras conversas; relembro aquela no banco de jardim do Palácio... compreendo-te, mas parece que nunca estamos na mesma cena...
relembro uma noite em tua casa, um filme, esse teu sorriso sempre... esse teu sorriso...
os teus raros abraços... mas bons...

o melhor da vida
... segredarem-me ao ouvido ...

Não tenho direito a introduzir-me na vida das outras pessoas... mas faço-o constantemente.
Quantos mais filmes faço, menos actores tenho; não posso querer controlar a cena.
O que é que ganhaste estes anos todos em estar isolado? O que é que perdeste?

se os preservativos falassem, que diriam?

Têm todos uma pancada; cada um com uma pancada a mais que o outro;
Onde anda o que tem uma pancada a menos que eu?

que directrizes usas quando estás em retiro? se é que há directrizes...
é auto-gestão? ou tens uma filosofia de base?
...

sinto que todos ralham comigo...

Planos/Bichos

verde: a minha casa... no verde laranja das folhas brancas das árvores...

Respiração
Ausência de pensamento
Acumulação de energia
Alimentação?
Bebida?

sinto-me uma morta-viva na imensidão de ruídos da Natureza; são breves e rápidos flashes... não sei explicar... é como que a eternidade num momento... com paz; sem pensar; sem preocupações; sem nada, mas com tudo

Estive na minha paz... no meu jardim...
(...) ele deu-me paz... deixou-me sonhar... e ser outra vez e uma vez mais:
inocente

inocente em paz

Aqui jazz esta melodia

o meu jardim é qualquer lugar onde esteja só; onde seja eu...
nem sequer há despedidas... nem... os carros que passam, nem todo este betão... nem nada destrói o meu espaço; o meu momento a dois comigo outra.
a paz está em mim e nalgumas pessoas minhas amigas, Sempre!

Adorava entabular uma conversa com os velhinhos que se cruzam comigo nas ruas...

olho-te sozinha, sentada noutras escadas, paralelas às minhas. que fazes aí?
... desces as escadas; passas mesmo à minha frente... olhas-me sem sorrir; olho-te sem sorrir; viras na primeira esquina; é a minha rua; e desapareces para sempre.

rm: já experimentaste escrever 10 linhas que fossem?
ainda não experimentei pintar uma tela que seja.

Escrevo mil textos diferentes ao mesmo tempo... absorvo mil coisas diferentes ao mesmo tempo.

está na minha hora.
Vamos! (eu e eu)
- Não; não vamos!
Chegam dois desconhecidos; entram no carro, e no último segundo desço as escadas a correr e entro no carro deles:
- Vamos! (eu, eu, ele e ele)

dormi uma sesta no jardim; "acorditava" de vez em quando e era como se viesse de uma viagem, de um outro mundo e tivesse sido largada instantaneamente algures num "não sei"

Faço aquilo que amo: ESCREVO

tenho outra vez este lápis vermelho de carvão... entre três dedos...
absorvo, absorvo, absorvo... tenho tudo isto para vos dar...

absorvam, absorvam, absorvam...
e por fim: o meu sorriso de menina inocente!

Agarro com força o meu caderno; beijo-o;
sussuro ao ouvido do meu lápis: amo-te!
Carla; 05/04/04

Não: sem Carla, sem data; isto tudo acaba aqui: