Estavas ali, à distância de me levantar do banco e dar 4 passos até ao balcão.
Antigamente, os homens que se enamoravam das raparigas, tinham de conseguir chegar às suas janelas! primeiro, e às suas famílias depois! Aí residia o "catrapiscar", "engatar", andar atrás, conquistar...
Hoje em dia, não temos essas barreiras físicas, e parece-me que as distâncias de um banco, 4 passos e um balcão ganharam a dimensão de um pai que não nos vai dar a sua filha em casamento.
Estavas ali, a essa distância, física, tão pequena, e eu nem um:
Quando é que voltas às fotocópias?
Podemos tomar um café.
ou
O que queres beber? Pago eu!
ou
Em que balcão é possível encontrar-te sem ser neste?
ou
O que fazes amanhã? Queres ir dar um passeio? Preferes na praia ou na montanha? Mergulhar?
qualquer coisa.
Qualquer coisa que não tive coragem. Que temi a resposta, e que agora me inquieta à distância de uma toalha estendida na areia e não saber quantos passos são até esse lado de lá, onde estarás.
5 comentários:
sempre gostei de histórias do quotidiano bem contadas ou bem observadas
:(
Soa-me familiar.
Inspirada! :)
Mas, sim, bem observado...
Hoje é tudo tão fácil, aparentemente. :)
Mas também... por ser fácil, as relações duram menos. lol
Beijinhos
;) Obrigada
Sim, hoje em dia, duram cada vez menos... dias!!
:)
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